domingo, 19 de dezembro de 2010

Zumbi 3 (Let Sleeping Corpses Lie, 1974)




Há por ai alguns exemplares de filmes que não caíram na notoriedade de um “A Noite dos Mortos-Vivos” por exemplo, mas que ‘sugaram’ e aprenderam muito bem com a obra de George Romero no que se refere à temática dos zumbis retornando à vida e aterrorizando aqueles que ainda estão em vida.
Pois bem, eis aqui um ótimo exemplar do que eu poderia afirmar que está entre os melhores filmes de zumbi que já pude assistir.
Produzido em 1974 posso dizer que o “Let Sleeping Corpses Lie” (título original, e que infelizmente foi chamado aqui no Brasil de “Zumbi 3”) consegue colocar uma boa narrativa, regada a uma ambientação muito boa, e situações de tensão.
Aqui o agente que afeta e tira tudo da normalidade é uma máquina experimental que tem como objetivo exterminar pragas de colheitas, mas o mesmo equipamento não só afeta insetos como também bebês e para o azar de muitos, reativa o sistema nervoso de mortos.
O filme trabalha essa ideia da poluição, ainda no início do filme o mocinho parte com sua motocicleta da cidade para o campo quando são visualizados gases, e vapores tóxicos do eixo urbano. Enfim, a própria ideia do filme de que podemos ser prejudicados pelo ‘avanço tecnológico’ sem nos darmos conta (seja poluindo o ambiente ou trazendo os mortos de volta).
A trilha sonora é ótima, e já apresenta o seu melhor desde o início.
O filme pode soar um tanto lento, mas depois vai degringolando para situações excelentes, por conta disso é sobretudo um filme equilibrado, e que em nenhum momento apela para o humor; fazendo reinar desse modo um clima sério e muito bem trabalhado.
Os zumbis aqui apresentados são realmente ameaçadores, ao contrário de muitos filmes no quais os colocam como figuras sem muita capacidade de causar danos (principalmente zumbis isolados), os desde filme são providos de muita força, colocando as vítimas em situações realmente complicadas. A caracterização dos mesmos também é ótima.
Tal como os grandes filmes de zumbi (pelo menos como a maioria) o foco da película não é somente os mortos, há desse modo a exploração de outras situações (desencadeadas pela própria situação principal do filme), mas que recebem a devida atenção e exploração tornando este uma obra mais realista e menos apelativa para a violência incessante.
Trata-se de um ótimo trabalho, dando de dez a zero em qualquer produção badalada atual.

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