domingo, 29 de maio de 2011

A Hora do Pesadelo (1984)




Os anos 80 foram uma fábrica de personagens icônicos. Nos diversos gêneros nesta mesma década foram lançados clássicos que permanecem para sempre na memória de cinéfilos e até mesmo de quem não tem no cinema um ponto de passatempo, hobby, lazer ou seja lá o que for.
E tomando como base o filme de hoje, temos que dizer que Wes Craven foi criativo! Quando o gênero ‘slasher’ começava a se proliferar de maneira crescente no início da década. O diretor Wes Craven soube tomar um rumo no mínimo interessante. Em minha humilde opinião, A Hora do Pesadelo foi realizado num momento certeiro.
Não tenho dúvida que trata-se de um dos maiores clássicos que o cinema fantástico já produziu.
Uma das marcas registradas fica por conta da trilha sonora do competente Charles Bernstein. O som e a ambientação são perfeitos.
Um dos fatores positivos e excitantes do filme, é que há momentos em que não se sabe o que é sonho e o que é realidade...
Aqui a ameaça é Fred Krueger, um assassino de crianças no ‘mundo real’, que fora queimado vivo pelos pais das mesmas, entre outros pais revoltados que fizeram justiça com as próprias mãos.
Agora ele retorna no mundo dos sonhos para matar os garotos da Rua Elm.
Robert Englund no papel do assassino foi impecável. Diferente de boa parte dos filmes seguintes (infinitamente inferiores), aqui o assassino é realmente ameaçador, e de aspecto repugnante, e nos momentos em que faz brincadeiras, não são piadas (como nos demais filmes) e sim um visível tom jocoso frente a sua capacidade e poder em seu próprio mundo (o mundo dos sonhos), como quando por exemplo começa a decepar seus próprios dedos.
Nancy a protagonista; ao descobrir o que está causando as mortes de seus amigos, tenta caçar o assassino (e também acaba por ser caçada). Num duelo de gato e rato. Tentando para isso lutar não só contra Fred Krueger, mas também contra o sono, numa espécie de batalha onírica onde nunca se sabe o que pode acontecer entre a realidade e o mundo dos sonhos. Sem contar o fato que ninguém acredita nela, ou no que está acontecendo, e o motivo de tantas mortes.
Enfim, um ótimo filme, sangrento e muito bem trabalhado em todos os seus elementos não usuais, pelo competente Wes Craven.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Candyman (1992)



Vamos agora pro meu primeiro post de 2011 (sim eu sou bem vadio, e não gosto de fazer disso um emprego srsr).
Pois bem, o filme de hoje é para aqueles que acreditam que a década de 90 foi uma década morta, bom é fato que não tem como compará-la com a magia dos anos 80. Mas também é fato que Candyman é uma pérola localizada em 1992.
Com um dedo do mestre Clive Barker, Candyman trata das lendas urbanas de maneira muito assustadora e eficiente.
Além de Virginia Madsen estar ótima aqui no papel de uma pesquisadora interessada em saber mais a respeito de lendas urbanas. Temos também Tony Todd num de seus papéis mais marcantes de sua carreira. A atuação de Todd é simplesmente esplêndida o cara tem uma voz e uma presença fisica muito importantes para o personagem.
A estória é interessantíssima, e tudo é em encaixado com muito bom gosto. Um filme acima de tudo muito equilibrado que enfoca tanto a realidade do terror como a questão de como a imaginação das pessoas e o imaginário popular cria seus monstros e fantasmas (diria até que a película é brilhante neste aspecto).
Candyman para mim pelo menos está entre os três melhores filmes da década de 90, mesmo não sendo muito lembrado (o que para mim é um benefício, pois não se tornou um Sexta-Feira-13 da vida, ou seja, um produto popular que foi chupado até o bagaço). Embora Candyman ainda tivesse duas sequências (inferiores à este primeiro filme).
Vale citar a trilha sonora, belíssima e melancólica.
Candyman é mais um clássico moderno que deve ser apreciado com todo o cuidado. Um grande filme que nos remete aos velhos ritos em frente aos espelhos, e que tanto povoam o imagináro popular!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Zumbi 3 (Let Sleeping Corpses Lie, 1974)




Há por ai alguns exemplares de filmes que não caíram na notoriedade de um “A Noite dos Mortos-Vivos” por exemplo, mas que ‘sugaram’ e aprenderam muito bem com a obra de George Romero no que se refere à temática dos zumbis retornando à vida e aterrorizando aqueles que ainda estão em vida.
Pois bem, eis aqui um ótimo exemplar do que eu poderia afirmar que está entre os melhores filmes de zumbi que já pude assistir.
Produzido em 1974 posso dizer que o “Let Sleeping Corpses Lie” (título original, e que infelizmente foi chamado aqui no Brasil de “Zumbi 3”) consegue colocar uma boa narrativa, regada a uma ambientação muito boa, e situações de tensão.
Aqui o agente que afeta e tira tudo da normalidade é uma máquina experimental que tem como objetivo exterminar pragas de colheitas, mas o mesmo equipamento não só afeta insetos como também bebês e para o azar de muitos, reativa o sistema nervoso de mortos.
O filme trabalha essa ideia da poluição, ainda no início do filme o mocinho parte com sua motocicleta da cidade para o campo quando são visualizados gases, e vapores tóxicos do eixo urbano. Enfim, a própria ideia do filme de que podemos ser prejudicados pelo ‘avanço tecnológico’ sem nos darmos conta (seja poluindo o ambiente ou trazendo os mortos de volta).
A trilha sonora é ótima, e já apresenta o seu melhor desde o início.
O filme pode soar um tanto lento, mas depois vai degringolando para situações excelentes, por conta disso é sobretudo um filme equilibrado, e que em nenhum momento apela para o humor; fazendo reinar desse modo um clima sério e muito bem trabalhado.
Os zumbis aqui apresentados são realmente ameaçadores, ao contrário de muitos filmes no quais os colocam como figuras sem muita capacidade de causar danos (principalmente zumbis isolados), os desde filme são providos de muita força, colocando as vítimas em situações realmente complicadas. A caracterização dos mesmos também é ótima.
Tal como os grandes filmes de zumbi (pelo menos como a maioria) o foco da película não é somente os mortos, há desse modo a exploração de outras situações (desencadeadas pela própria situação principal do filme), mas que recebem a devida atenção e exploração tornando este uma obra mais realista e menos apelativa para a violência incessante.
Trata-se de um ótimo trabalho, dando de dez a zero em qualquer produção badalada atual.

domingo, 7 de novembro de 2010

Fome Animal (1992)



Certos filmes com o tempo se tornam verdadeiras forças da natureza. Em qualquer sentido, não importa o quanto estrago possa fazer (pra um fã de splatter/gore isso é mais do que um bom sinal).
Fome Animal é daqueles filmes que ao terminar de assistir você fica se perguntando um monte de coisas: O que eu acabei de ver? Onde estou? O que aconteceu? Eu vi isso mesmo?
Você é tomado de assalto por uma filosofia e questionamentos profundos, sobre a vida o universo srsrr... Ta ok, vamos lá. Mas afinal o que este maluco quer dizer afinal?
Quero dizer que este aqui é um dos mais fantásticos exemplares que o cinema splatter/gore poderia oferecer aos nossos olhos.
O filme é um “terrir”? (fusão de terror com comédia). É sim! E é fantástico, magistral, sublime. Não é o tipo de filme que se faz todo o dia, e quem diria, é um filme do Peter Jackson (sim aquele do Senhor dos Anéis e o Homem-Aranha). No tempo em que com certeza se divertia fazendo filmes maravilhosos como este.
O filme se passa nos anos 50, e tudo começa a dar errado na vida de Lionel quando sua mãe é mordida por um rato-macaco de Sumatra (eu quero um bicho daqueles pra mim). Ela é acometida de uma doença, até logo se tornar um zumbi e espalhar o ciclo maldito. Lionel aqui é o mocinho da estória, um tipo tímido e desengonçado, e que faz par romântico com a caliente Paquita.
Bom a estória é simples, mas as seqüências são devastadoras. Os zumbis apesar de todos os trejeitos debochados de comédia são muito bem feitos.
Fome Animal é um festival de risos, misturado a uma nojeira, mas uma nojeira em doses cavalares, pra dizer o mínimo. Os efeitos são de encher os olhos, as situações são tão absurdas e irresistíveis, que é impossível não se deliciar.
Os efeitos são daqueles legítimos de quem realmente pôs a mão na massa, o que pra nossa alegria resultou talvez no filme mais sangrento que eu já vi (não consigo puxar pela memória algo tão “melequento” quanto Fome Animal).
Uma overdose de humor, sangue, pus, tripas, carne, somado a situações doentias, e todo o resto que se possa imaginar.
Isso aqui é cinema!!! Fome Animal pode marcar profundamente a sua vida, mas de modo positivo!! Uma obra para ser reverenciada!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

SEXTA-FEIRA-13 PARTE 3 (1982) Resenha especial.



Pois bem, para estes dias que rondam o Dia das Bruxas eu preparei esta resenha especial. Posto agora também em comemoração ao aniversário da nossa querida Dana Kimmell, mesmo que retirada dos trabalhos será sempre reconhecida pelo ótimo trabalho aqui feito.
O motivo do presente trabalho se diferir dos outros é o fato de que aqui irei propor uma análise totalmente diferente da usual, tentarei enfocar os aspectos críticos e pertinentes de modo aprofundado do que considero ser o melhor filme da série “Sexta-Feira-13”.
Antes de tudo só aviso que se você não viu o filme não avance a leitura pois os “spoilers” serão necessários.
Como disse antes, e acrescento, não apenas acho o melhor como o mais assustador filme da franquia. Pode soar estranho querer falar de Sexta-Feira-13 de modo mais sério, mas esta terceira parte possui alguns elementos que valem ser discutidos.
Bom uma das atrações do filme é que ele é em 3D, confesso que nunca tive a oportunidade até o presente momento de assistí-lo assim, mas acho que mesmo isso fica em segundo plano frente a algumas questões interessantes, que acabam por serem deixadas de lado.
Bom, pelo fato desde ser mais um “Sexta-Feira-13” não devemos dar muito mais pra ele do que ele merece é o que muitos pensam. Alto lá! Este filme tem aspectos subestimados e não enfocados como mereciam, e irei dizer agora os motivos de eleger este o melhor da clássica série que vão muito além de argumentos tênues como: “Puxa, é que foi neste que ele apareceu pela primeira vez com a máscara êêê...”.
Toda vez que assisto este filme, não consigo “sentir” ele como fazendo parte da série, a própria ambientação dele foge do que se vê em boa parte da série, com certeza uma das melhores locações da franquia, dando a necessária sensação de ser um lugar ermo.
É óbvio que eu poderia citar falhas de como por exemplo, como um grupo de jovens vai para um lugar sabendo que poucas horas antes ouve uma matança? Eu respondo: Um filme (principalmente deste estilo) não deve ser questionado neste aspecto, afinal, como teremos uma estória se todas as lacunas que induzem ao malogro das vítimas estão fechadas? A maior parte dos filmes se fossem analisar bem não haveria enredo caso todos tomassem rotas de desvio do destino maldito que poderiam ser evitados na maioria das situações. Sem jogadores não há jogo ora! E muito menos se faz um “slasher”.

As maiorias dos personagens aqui, vão para o abate como muitos dizem, a maioria deles não tem um grande desenvolvimento, mas há detalhes interessantes a serem notados.
Shelly é o palhaço da turma, e diga-se de passagem suas brincadeiras nunca são bem vindas por parte dos amigos. Shelly é aquele típico desajeitado que não pega ninguém, o palhaço com o seu próprio fundo dramático. Este personagem vai navegar da brincadeira (seu único modo de dar afeto e chamar a atenção) até a tristeza quando não é aceito por Vera, na qual havia se afeiçoado. Shelly é o ponto X, o “não”, a figura a ser negada e que causa problemas e desconfortos. Pode soar um absurdo dos maiores já escritos, mas frente a todo este mal estar causado, ele tem pontos de intersecção com o próprio Jason. Reparem, quando Andy diz para ele ser ele mesmo pois ia conhecer a nova garota, tirando uma máscara ele insinua que será difícil ser ele mesmo com aquele “VISUAL”.
Outro ponto interessante: Quando Vera abre a carteira de Shelly, vê uma foto dele com a MÃE que parece ser o seu único ponto de aceitação e carinho frente ao que ele é.
Depois como todos sabem, sua máscara acaba nas mãos de Jason que mesmo dando um fim no gordinho jocoso, executa com os instrumentos do mesmo, a garota que o havia negado.

SEXTA-FEIRA-13 PARTE 3 (1982) Resenha especial. 2° Parte

Sexta-Feira-13 parte 3 se difere dos outros, pois aqui temos uma personagem que eu gosto de chamar de “ponto de tensão extra” do filme, ou seja, há um drama pessoal, um trauma na jovem Chris Higgins.
Ok, eu sei que Tommy Jarvis passou por maus bocados nos capítulos seguintes, mas a questão aqui a coisa ganha tons não revelados, vale ressaltar que acompanhamos a mente de Tommy ao longo de 3 filmes todos sabíamos muito bem o que ele havia passado. Aqui não, eu diria que a situação é sombria e obscura, tanto pela perversidade de natureza não tão comum para a série, quanto pela inicial nebulosidade da questão, uma experiência muito particular de Chris.
Ela inicialmente condena os namorados Andy e Debbie por só pensarem em sexo, e levanta uma barreira diante do pretendente Rick como ele mesmo fala para ela. O que temos aqui? Uma pessoa visivelmente traumatizada e marcada por uma passado na qual ela mesma conta posteriormente para Rick, que naquela mesma floresta 2 anos antes, fora atacada por um homem grotesco e que para o desespero dela ela não lembra do que houve, e muito menos seus pais não quiseram tocar no assunto. Um estupro? Pensariam os mais atentos. Jason não a matou, por que? Que espécie de maníaco se apresenta aqui?
Abro parênteses aqui para uma referência extraída do site ajudaemocional: Segundo a psicóloga e perita Ester Esquenazi, explica que a vítima (de estupro) tende a negar qualquer tipo de sentimento e prazer para que sofra menos e acaba se tornando insensível aos vínculos que possam trazer deleite. Por esse motivo, inclusive, a insensibilidade dos órgãos genitais se torna uma forma de defesa.
Vejam bem, não estou afirmando categoricamente que ela foi vítima de estupro, mas este fator "suspenso no ar", é um ingrediente inquietante, um fator que enriquece o ambiente de incerteza sobre isto.
Como eu dizia, Chris está marcada mentalmente, perdeu a naturalidade, é agora uma pessoa lesada psiquicamente, de comportamento afetado e tolido, que frente ao menor estímulo estranho reage com medo e hostilidade. As reações dela ao longo do filme são um somatório total, que revelam toda uma angústia que irá transformar numa bola de neve insustentável, no momento em que o as situações vão degringolando e confluindo para o inevitável encontro com o seu algoz.
Jason aqui interpretado por Richard Brooker, é claramente uma figura repulsiva e disforme, tanto fisicamente quanto na maneira de agir. Não só seu rosto, mas seu torso é deformado formando inclusive uma leve corcunda, a face de Jason aqui remete há um legítimo demente, na qual é possível exprimir sorrisos de aspecto nojento, de um homem que ainda conserva seu extinto de proteção (como nas tentativas de esfaqueá-lo de Chris) e dor, o que o afasta de uma fantasia de monstro intocável, (como nos filmes seguintes) e o aproxima do espectador num misto de terror e realidade. É uma figura que a todo o momento espreita numa estética herdada de um sensacional Halloween lançados anos antes.
Talvez o que acontece de mais apavorante aqui, seja o fato de que Chris voltou para o lugar para provar para si mesmo de que era mais forte do que pensava, e de fato ela venceu Jason, mas não passou incólume por uma nova e brutal experiência com o mesmo algoz, o que lhe resultou num trauma ainda mais profundo como se pôde ver no final do filme. A pergunta que fica, afinal ela realmente venceu o mal? Lembre-se do final da maioria dos outros filmes onde os protagonistas terminavam aparentemente bem ( Tommy Jarvis fora tomado o que aparentemente lhe reduz ou anula consciência de dano) mas aqui para a total infelicidade de Chris uma nova chaga fora deixada dentro dela, ela perdeu, e perdeu tanto quanto seu amigos mortos, perdeu um bocado de si mesma e sabe-se lá o que houve com ela após tudo isso...
Poucas coisas podem ser tão horríveis quanto ser nocauteado por um trauma ao tentar vencê-lo, sendo amarrado psicologicamente por tempo indefinido.
Percebam, Sexta-Feira-13 parte 3 trabalha sutilmente com pontos muito além de um roteiro de matança linear. Contém uma das melhores perseguições da série, somado à uma trilha sonora que entra no cérebro.



Hoje depois de tantos filmes depois terem sido lançados, a série perdeu algumas coisas e ganhou outras, mas infelizmente perdeu o que aqui neste filme ainda havia, o terror inicial e atmosférico. A funcionalidade da estética como as janelas batendo, o desespero dela (Chris) no meio da ventania naquele cenário desolado, o próprio celeiro que se torna um local de convergência entre outras coisas que ainda se conservavam puras (no sentido de âmago de terror)
Depois de tantos e tantos filmes, e a banalidade que reinou inevitavelmente sobre a fórmula e a série, posso dizer que um dos maiores defeitos de Sexta-Feira-13 parte 3 é ser justamente um Sexta-Feira-13. Como se ele fosse agora apenas mais um entre tantos outros, mas que merece ser descoberto e que carrega consigo pontos subjetivos interessantes que poderiam ter sido até mesmo mais potencializados nesta película. É por estas afirmações que eu gostaria que ele não fosse um Sexta-Feira-13, que fosse apenas um filme isolado (da maneira como eu o vejo e o sinto) creio que soaria muito mais assustador do que estando imerso no turbulento mar de sangue e descuido desta série hoje tão popular.
Estas são minhas considerações sobre este ser o melhor de todos os “Friday the 13th”.
Dedico este trabalho aos amigos que compartilham desta mesma opinião que eu (e também aos que não compartilham he,he), a galera da comunidade do Orkut Jason Voorhees Brasil- Reboot, galera do Boca do Inferno e todos aqueles que adoram este gênero e fazem dele passatempo e diversão.
Ressaltar também o trabalho de Dana Kimmell que faz aniversário hoje (dia 26) que foi peça fundamental neste filme, demonstrando muito talento ( comunidade dela no Orkut na qual sou dono http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=104315264)
Tenham também um ótimo Halloween! Valeu!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Freaks (1932)



Eis aqui um exemplo de que mesmo um filme de aspecto inicialmente mais chocante pode sim ser belo.
Voltemos ao ano de 1932, para aqueles famosos circos de horrores onde lá se faziam espetáculos baseados nas ‘falhas da natureza’, ou seja, pessoas deficientes físicas (“Freaks”) se tornavam atrações, ganhando títulos dos mais sombrios para angariar público.
A estória aqui é simples, o anãozinho do circo Hans, é apaixonado por Cleópatra que gosta de Hércules. Cleópatra e Hércules também são atrações do circo, mas são normais fisicamente.
Cleópatra não retribui o amor do anão Hans, muito pelo contrário, sendo o mesmo motivo de escárnio entre ela e Hércules (e também pelo circo todo). Menos pelos seus amigos Freaks.
Mas ao descobrir que Hans é herdeiro de uma fortuna, parte para se casar com o anão e planeja o fim do mesmo.
A trama é simples, mas a execução do filme é maravilhosa. Freaks pode ser chocante (pelo aspecto de alguns deles), mas carrega uma mensagem humana forte.
O filme mostra que por vezes os verdadeiros monstros não são os considerados ‘normais’, e que a maldade não tem aspecto físico.
Os Freaks demonstram muita união, quando um precisa de ajuda contará seguramente com todos os outros, pois cada um deles tem internalizado o desprezo por parte da sociedade (ainda mais naquela época), independente da aparência são seres humanos dotados de sentimentos que podem ser feridos como qualquer um.
Freaks é para quem realmente ama cinema, um filme marcante com uma fotografia de terror (principalmente no final com as cenas na chuva), mas acima de tudo humano!
Um dos mais marcantes registros do cinema!