domingo, 19 de dezembro de 2010

Zumbi 3 (Let Sleeping Corpses Lie, 1974)




Há por ai alguns exemplares de filmes que não caíram na notoriedade de um “A Noite dos Mortos-Vivos” por exemplo, mas que ‘sugaram’ e aprenderam muito bem com a obra de George Romero no que se refere à temática dos zumbis retornando à vida e aterrorizando aqueles que ainda estão em vida.
Pois bem, eis aqui um ótimo exemplar do que eu poderia afirmar que está entre os melhores filmes de zumbi que já pude assistir.
Produzido em 1974 posso dizer que o “Let Sleeping Corpses Lie” (título original, e que infelizmente foi chamado aqui no Brasil de “Zumbi 3”) consegue colocar uma boa narrativa, regada a uma ambientação muito boa, e situações de tensão.
Aqui o agente que afeta e tira tudo da normalidade é uma máquina experimental que tem como objetivo exterminar pragas de colheitas, mas o mesmo equipamento não só afeta insetos como também bebês e para o azar de muitos, reativa o sistema nervoso de mortos.
O filme trabalha essa ideia da poluição, ainda no início do filme o mocinho parte com sua motocicleta da cidade para o campo quando são visualizados gases, e vapores tóxicos do eixo urbano. Enfim, a própria ideia do filme de que podemos ser prejudicados pelo ‘avanço tecnológico’ sem nos darmos conta (seja poluindo o ambiente ou trazendo os mortos de volta).
A trilha sonora é ótima, e já apresenta o seu melhor desde o início.
O filme pode soar um tanto lento, mas depois vai degringolando para situações excelentes, por conta disso é sobretudo um filme equilibrado, e que em nenhum momento apela para o humor; fazendo reinar desse modo um clima sério e muito bem trabalhado.
Os zumbis aqui apresentados são realmente ameaçadores, ao contrário de muitos filmes no quais os colocam como figuras sem muita capacidade de causar danos (principalmente zumbis isolados), os desde filme são providos de muita força, colocando as vítimas em situações realmente complicadas. A caracterização dos mesmos também é ótima.
Tal como os grandes filmes de zumbi (pelo menos como a maioria) o foco da película não é somente os mortos, há desse modo a exploração de outras situações (desencadeadas pela própria situação principal do filme), mas que recebem a devida atenção e exploração tornando este uma obra mais realista e menos apelativa para a violência incessante.
Trata-se de um ótimo trabalho, dando de dez a zero em qualquer produção badalada atual.

domingo, 7 de novembro de 2010

Fome Animal (1992)



Certos filmes com o tempo se tornam verdadeiras forças da natureza. Em qualquer sentido, não importa o quanto estrago possa fazer (pra um fã de splatter/gore isso é mais do que um bom sinal).
Fome Animal é daqueles filmes que ao terminar de assistir você fica se perguntando um monte de coisas: O que eu acabei de ver? Onde estou? O que aconteceu? Eu vi isso mesmo?
Você é tomado de assalto por uma filosofia e questionamentos profundos, sobre a vida o universo srsrr... Ta ok, vamos lá. Mas afinal o que este maluco quer dizer afinal?
Quero dizer que este aqui é um dos mais fantásticos exemplares que o cinema splatter/gore poderia oferecer aos nossos olhos.
O filme é um “terrir”? (fusão de terror com comédia). É sim! E é fantástico, magistral, sublime. Não é o tipo de filme que se faz todo o dia, e quem diria, é um filme do Peter Jackson (sim aquele do Senhor dos Anéis e o Homem-Aranha). No tempo em que com certeza se divertia fazendo filmes maravilhosos como este.
O filme se passa nos anos 50, e tudo começa a dar errado na vida de Lionel quando sua mãe é mordida por um rato-macaco de Sumatra (eu quero um bicho daqueles pra mim). Ela é acometida de uma doença, até logo se tornar um zumbi e espalhar o ciclo maldito. Lionel aqui é o mocinho da estória, um tipo tímido e desengonçado, e que faz par romântico com a caliente Paquita.
Bom a estória é simples, mas as seqüências são devastadoras. Os zumbis apesar de todos os trejeitos debochados de comédia são muito bem feitos.
Fome Animal é um festival de risos, misturado a uma nojeira, mas uma nojeira em doses cavalares, pra dizer o mínimo. Os efeitos são de encher os olhos, as situações são tão absurdas e irresistíveis, que é impossível não se deliciar.
Os efeitos são daqueles legítimos de quem realmente pôs a mão na massa, o que pra nossa alegria resultou talvez no filme mais sangrento que eu já vi (não consigo puxar pela memória algo tão “melequento” quanto Fome Animal).
Uma overdose de humor, sangue, pus, tripas, carne, somado a situações doentias, e todo o resto que se possa imaginar.
Isso aqui é cinema!!! Fome Animal pode marcar profundamente a sua vida, mas de modo positivo!! Uma obra para ser reverenciada!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

SEXTA-FEIRA-13 PARTE 3 (1982) Resenha especial.



Pois bem, para estes dias que rondam o Dia das Bruxas eu preparei esta resenha especial. Posto agora também em comemoração ao aniversário da nossa querida Dana Kimmell, mesmo que retirada dos trabalhos será sempre reconhecida pelo ótimo trabalho aqui feito.
O motivo do presente trabalho se diferir dos outros é o fato de que aqui irei propor uma análise totalmente diferente da usual, tentarei enfocar os aspectos críticos e pertinentes de modo aprofundado do que considero ser o melhor filme da série “Sexta-Feira-13”.
Antes de tudo só aviso que se você não viu o filme não avance a leitura pois os “spoilers” serão necessários.
Como disse antes, e acrescento, não apenas acho o melhor como o mais assustador filme da franquia. Pode soar estranho querer falar de Sexta-Feira-13 de modo mais sério, mas esta terceira parte possui alguns elementos que valem ser discutidos.
Bom uma das atrações do filme é que ele é em 3D, confesso que nunca tive a oportunidade até o presente momento de assistí-lo assim, mas acho que mesmo isso fica em segundo plano frente a algumas questões interessantes, que acabam por serem deixadas de lado.
Bom, pelo fato desde ser mais um “Sexta-Feira-13” não devemos dar muito mais pra ele do que ele merece é o que muitos pensam. Alto lá! Este filme tem aspectos subestimados e não enfocados como mereciam, e irei dizer agora os motivos de eleger este o melhor da clássica série que vão muito além de argumentos tênues como: “Puxa, é que foi neste que ele apareceu pela primeira vez com a máscara êêê...”.
Toda vez que assisto este filme, não consigo “sentir” ele como fazendo parte da série, a própria ambientação dele foge do que se vê em boa parte da série, com certeza uma das melhores locações da franquia, dando a necessária sensação de ser um lugar ermo.
É óbvio que eu poderia citar falhas de como por exemplo, como um grupo de jovens vai para um lugar sabendo que poucas horas antes ouve uma matança? Eu respondo: Um filme (principalmente deste estilo) não deve ser questionado neste aspecto, afinal, como teremos uma estória se todas as lacunas que induzem ao malogro das vítimas estão fechadas? A maior parte dos filmes se fossem analisar bem não haveria enredo caso todos tomassem rotas de desvio do destino maldito que poderiam ser evitados na maioria das situações. Sem jogadores não há jogo ora! E muito menos se faz um “slasher”.

As maiorias dos personagens aqui, vão para o abate como muitos dizem, a maioria deles não tem um grande desenvolvimento, mas há detalhes interessantes a serem notados.
Shelly é o palhaço da turma, e diga-se de passagem suas brincadeiras nunca são bem vindas por parte dos amigos. Shelly é aquele típico desajeitado que não pega ninguém, o palhaço com o seu próprio fundo dramático. Este personagem vai navegar da brincadeira (seu único modo de dar afeto e chamar a atenção) até a tristeza quando não é aceito por Vera, na qual havia se afeiçoado. Shelly é o ponto X, o “não”, a figura a ser negada e que causa problemas e desconfortos. Pode soar um absurdo dos maiores já escritos, mas frente a todo este mal estar causado, ele tem pontos de intersecção com o próprio Jason. Reparem, quando Andy diz para ele ser ele mesmo pois ia conhecer a nova garota, tirando uma máscara ele insinua que será difícil ser ele mesmo com aquele “VISUAL”.
Outro ponto interessante: Quando Vera abre a carteira de Shelly, vê uma foto dele com a MÃE que parece ser o seu único ponto de aceitação e carinho frente ao que ele é.
Depois como todos sabem, sua máscara acaba nas mãos de Jason que mesmo dando um fim no gordinho jocoso, executa com os instrumentos do mesmo, a garota que o havia negado.

SEXTA-FEIRA-13 PARTE 3 (1982) Resenha especial. 2° Parte

Sexta-Feira-13 parte 3 se difere dos outros, pois aqui temos uma personagem que eu gosto de chamar de “ponto de tensão extra” do filme, ou seja, há um drama pessoal, um trauma na jovem Chris Higgins.
Ok, eu sei que Tommy Jarvis passou por maus bocados nos capítulos seguintes, mas a questão aqui a coisa ganha tons não revelados, vale ressaltar que acompanhamos a mente de Tommy ao longo de 3 filmes todos sabíamos muito bem o que ele havia passado. Aqui não, eu diria que a situação é sombria e obscura, tanto pela perversidade de natureza não tão comum para a série, quanto pela inicial nebulosidade da questão, uma experiência muito particular de Chris.
Ela inicialmente condena os namorados Andy e Debbie por só pensarem em sexo, e levanta uma barreira diante do pretendente Rick como ele mesmo fala para ela. O que temos aqui? Uma pessoa visivelmente traumatizada e marcada por uma passado na qual ela mesma conta posteriormente para Rick, que naquela mesma floresta 2 anos antes, fora atacada por um homem grotesco e que para o desespero dela ela não lembra do que houve, e muito menos seus pais não quiseram tocar no assunto. Um estupro? Pensariam os mais atentos. Jason não a matou, por que? Que espécie de maníaco se apresenta aqui?
Abro parênteses aqui para uma referência extraída do site ajudaemocional: Segundo a psicóloga e perita Ester Esquenazi, explica que a vítima (de estupro) tende a negar qualquer tipo de sentimento e prazer para que sofra menos e acaba se tornando insensível aos vínculos que possam trazer deleite. Por esse motivo, inclusive, a insensibilidade dos órgãos genitais se torna uma forma de defesa.
Vejam bem, não estou afirmando categoricamente que ela foi vítima de estupro, mas este fator "suspenso no ar", é um ingrediente inquietante, um fator que enriquece o ambiente de incerteza sobre isto.
Como eu dizia, Chris está marcada mentalmente, perdeu a naturalidade, é agora uma pessoa lesada psiquicamente, de comportamento afetado e tolido, que frente ao menor estímulo estranho reage com medo e hostilidade. As reações dela ao longo do filme são um somatório total, que revelam toda uma angústia que irá transformar numa bola de neve insustentável, no momento em que o as situações vão degringolando e confluindo para o inevitável encontro com o seu algoz.
Jason aqui interpretado por Richard Brooker, é claramente uma figura repulsiva e disforme, tanto fisicamente quanto na maneira de agir. Não só seu rosto, mas seu torso é deformado formando inclusive uma leve corcunda, a face de Jason aqui remete há um legítimo demente, na qual é possível exprimir sorrisos de aspecto nojento, de um homem que ainda conserva seu extinto de proteção (como nas tentativas de esfaqueá-lo de Chris) e dor, o que o afasta de uma fantasia de monstro intocável, (como nos filmes seguintes) e o aproxima do espectador num misto de terror e realidade. É uma figura que a todo o momento espreita numa estética herdada de um sensacional Halloween lançados anos antes.
Talvez o que acontece de mais apavorante aqui, seja o fato de que Chris voltou para o lugar para provar para si mesmo de que era mais forte do que pensava, e de fato ela venceu Jason, mas não passou incólume por uma nova e brutal experiência com o mesmo algoz, o que lhe resultou num trauma ainda mais profundo como se pôde ver no final do filme. A pergunta que fica, afinal ela realmente venceu o mal? Lembre-se do final da maioria dos outros filmes onde os protagonistas terminavam aparentemente bem ( Tommy Jarvis fora tomado o que aparentemente lhe reduz ou anula consciência de dano) mas aqui para a total infelicidade de Chris uma nova chaga fora deixada dentro dela, ela perdeu, e perdeu tanto quanto seu amigos mortos, perdeu um bocado de si mesma e sabe-se lá o que houve com ela após tudo isso...
Poucas coisas podem ser tão horríveis quanto ser nocauteado por um trauma ao tentar vencê-lo, sendo amarrado psicologicamente por tempo indefinido.
Percebam, Sexta-Feira-13 parte 3 trabalha sutilmente com pontos muito além de um roteiro de matança linear. Contém uma das melhores perseguições da série, somado à uma trilha sonora que entra no cérebro.



Hoje depois de tantos filmes depois terem sido lançados, a série perdeu algumas coisas e ganhou outras, mas infelizmente perdeu o que aqui neste filme ainda havia, o terror inicial e atmosférico. A funcionalidade da estética como as janelas batendo, o desespero dela (Chris) no meio da ventania naquele cenário desolado, o próprio celeiro que se torna um local de convergência entre outras coisas que ainda se conservavam puras (no sentido de âmago de terror)
Depois de tantos e tantos filmes, e a banalidade que reinou inevitavelmente sobre a fórmula e a série, posso dizer que um dos maiores defeitos de Sexta-Feira-13 parte 3 é ser justamente um Sexta-Feira-13. Como se ele fosse agora apenas mais um entre tantos outros, mas que merece ser descoberto e que carrega consigo pontos subjetivos interessantes que poderiam ter sido até mesmo mais potencializados nesta película. É por estas afirmações que eu gostaria que ele não fosse um Sexta-Feira-13, que fosse apenas um filme isolado (da maneira como eu o vejo e o sinto) creio que soaria muito mais assustador do que estando imerso no turbulento mar de sangue e descuido desta série hoje tão popular.
Estas são minhas considerações sobre este ser o melhor de todos os “Friday the 13th”.
Dedico este trabalho aos amigos que compartilham desta mesma opinião que eu (e também aos que não compartilham he,he), a galera da comunidade do Orkut Jason Voorhees Brasil- Reboot, galera do Boca do Inferno e todos aqueles que adoram este gênero e fazem dele passatempo e diversão.
Ressaltar também o trabalho de Dana Kimmell que faz aniversário hoje (dia 26) que foi peça fundamental neste filme, demonstrando muito talento ( comunidade dela no Orkut na qual sou dono http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=104315264)
Tenham também um ótimo Halloween! Valeu!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Freaks (1932)



Eis aqui um exemplo de que mesmo um filme de aspecto inicialmente mais chocante pode sim ser belo.
Voltemos ao ano de 1932, para aqueles famosos circos de horrores onde lá se faziam espetáculos baseados nas ‘falhas da natureza’, ou seja, pessoas deficientes físicas (“Freaks”) se tornavam atrações, ganhando títulos dos mais sombrios para angariar público.
A estória aqui é simples, o anãozinho do circo Hans, é apaixonado por Cleópatra que gosta de Hércules. Cleópatra e Hércules também são atrações do circo, mas são normais fisicamente.
Cleópatra não retribui o amor do anão Hans, muito pelo contrário, sendo o mesmo motivo de escárnio entre ela e Hércules (e também pelo circo todo). Menos pelos seus amigos Freaks.
Mas ao descobrir que Hans é herdeiro de uma fortuna, parte para se casar com o anão e planeja o fim do mesmo.
A trama é simples, mas a execução do filme é maravilhosa. Freaks pode ser chocante (pelo aspecto de alguns deles), mas carrega uma mensagem humana forte.
O filme mostra que por vezes os verdadeiros monstros não são os considerados ‘normais’, e que a maldade não tem aspecto físico.
Os Freaks demonstram muita união, quando um precisa de ajuda contará seguramente com todos os outros, pois cada um deles tem internalizado o desprezo por parte da sociedade (ainda mais naquela época), independente da aparência são seres humanos dotados de sentimentos que podem ser feridos como qualquer um.
Freaks é para quem realmente ama cinema, um filme marcante com uma fotografia de terror (principalmente no final com as cenas na chuva), mas acima de tudo humano!
Um dos mais marcantes registros do cinema!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964)



Fazer filme de terror no Brasil e ter o trabalho considerado e respeitado é duro. Ainda mais nesta época. Portanto aqui vai a minha homenagem ao terror nacional, em especial a esse filme estrelado pelo nosso grande José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
Infelizmente muitas pessoas associam o nome dele ao cinema Trash, o que não tem nada a ver uma coisa com outra.
Apesar das limitações da época também no que se refere a efeitos especiais, temos aqui um filme feito com garra de quem realmente ama o que faz.
À Meia-Noite Levarei Sua Alma utiliza-se de personagens, termos, características, lendas entre outras coisas, exclusivamente brasileiros. E isso é muito legal, saber que utilizando-se das nossas coisas pode-se criar um enredo macabro.
Zé do Caixão é o protagonista da estória, é o responsável pelos enterros da cidadezinha cheia de gente supersticiosa. Todos no local temem Zé, uma figura macabra, vestida de preto e unhas enormes. Neste filme ele tem por objetivo ter um filho que possa dar seguimento a sua linhagem, no entanto a sua mulher não pode ter filhos, e então deste modo Zé do Caixão não vê outro modo de realizar o que pretende a não ser escolher a mulher de seu amigo Antonio como a opção para tal fim.
O personagem utiliza-se de todos os meios e requintes de crueldade para atingir seus objetivos, liquidando de forma brutal todos aqueles que se colocarem em seu caminho, ou ousarem confrontá-lo.
O filme é interessante, pois se de um lado fica evidente as interpretações teatrais em outros momentos o ambiente fantasmagórico realmente é atingido. Zé do Caixão apesar de ser uma figura cruel e desafiadora, é inegável o seu carisma.
Aqui aparecem cenas e mortes chocantes (para a época), e outros comportamentos de oposição de Zé, como comer carne na sexta-feira santa, pouco se preocupando para as crendices “deste povo do mato” como ele mesmo disse em certo momento.
Aplausos para o Mojica que fez este filme numa época de ditadura militar aqui no país. Demorou muito para ter a devida consideração, pois quem gosta do gênero sabe muito bem da importância do mesmo para o terror nacional.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Vingaça de Jennifer (1978)



Este tipo de filme é daqueles que nos faz lembrar que cinema nem sempre é trilhas sonoras lindas, imagens comoventes (este aqui comove de outra maneira) e outros artifícios para a “família”.
Bom, se você quiser ver “A Vingança e Jennifer” com a família veja, depois não diga que eu não avisei. Certamente vocês não ficarão impunes frente às cenas apresentadas.
Este “sexploitation” tem o roteiro simples, mas é algo tão brutal e que nos faz pensar que de fato isso ocorre em nosso mundo real, e que neste filme a fantasia não se distancia das atrocidades que ocorrem principalmente com as mulheres.
Jennifer é uma escritora de Nova York que viaja para um lugar ermo para poder ter tranqüilidade para escrever. Na estada ela é alvo de quatro homens que tem planos pavorosos para ela.
Jennifer é brutalmente estuprada e agredida pelos quatro (inclusive Matthew o retardado do grupo, mesmo sendo afeiçoado por ela).
Enfim, boa parte do filme se dedica a mostrar toda a brutalidade dos caras sobre a moça, quando se acredita que ela poderá ter sossego, lá estão de novo os trogloditas abusando sexualmente da moça, e agredindo-a.
As cenas só não mostram os órgãos sexuais masculinos, mas a maneira como tudo é feito é para chocar mesmo, fazendo da personagem uma simples boneca para satisfação de todo o sadismo e crueldade de seus algozes, em seqüências sem fim de maldade absoluta.
Dias após todo este abuso e violência, a nossa protagonista se recupera, pensa, vai até a igreja, chega frente ao altar e diz: “Forgive me” (me perdoe), bom daí vocês já podem imaginar o que ela pretende. Uma vingança cruel contra cada um.
A Vingança de Jennifer é um filme direto e sem frescuras, é para chocar e fazer pensar, pode ser forçado até uma mulher magrinha dando cabo nos desgraçados, mas não importa o filme também foi lançado como “O Dia da Mulher”, ou seja, ele configura um ideal feminino de libertação frente à um abuso de poder masculino, e nada mais justo concretizá-lo com cenas de barbárie.
É impossível você não fazer uma careta de dor ao ver a cena da banheira (se você for homem então) em que Jennifer atrai um deles para um banho no melhor estilo ‘sedutor’, e (olha o Spoiler) pega uma faca para... Bom é melhor você ver rsrs...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Contos da Cripta (1972)



Confesso que adoro um bom conto de terror, sou fascinado por narrativas curtas e eficientes que possam prender mesmo na sua simplicidade. Pois como eu poderia colocar, a paciência nem sempre está à disposição para filmes longos arrastados e “inteligentes”; no caso aquelas longas estórias que custam para o filme ‘acontecer’ ou não acontecem!
Portanto em boa parte das vezes o simples é o melhor.
Ao longo dos anos já foram lançados vários filmes contendo contos dos mais variados tipos, como já citei antes, eu realmente gosto dessa modalidade de entretenimento, por vezes é mais divertido e direto.
Pois bem, este “Contos da Cripta” aqui é um dos melhores exemplares do estilo, originalmente chamado “Tales From The Crypt”, mesmo nome das antigas histórias em quadrinhos lançadas nos EUA nos anos 50, conhecidas como “os quadrinhos que abalaram a década”, e que já foi lançada aqui no Brasil no início dos anos 90 com o nome de Cripta do Terror.
É um filme baseado realmente nas mesmas histórias, e extremamente fiéis àquelas maravilhosas HQs de terror (quem já teve o prazer de ler algumas Criptas sabe disso), pois realmente foi um dos quadrinhos mais importantes e influentes lançados no mundo, que tem fãs declarados tais como Stephen King e George Romero, que em 1982 lançaram o seu “Creepshow”(filme) com alguns contos.
Mas como estou falando deste de 1972 vale dizer que tem muita qualidade, e que o grande mérito é realmente narrar nos estilo das velhas Criptas do Terror no qual o terror aqui apresentado é daqueles da pior espécie, ou seja, o lado negativo do ser humano. É interessante como os contos são trabalhados em cima dos chamados pecados capitais, tais como ganância, avareza, e outros pontos como o adultério. É claro que para punir nossos personagens o sobrenatural acaba sendo entrelaçado à situação, em algumas vezes, em outras os perigos terrenos mesmos acabam por dar todo o tipo de fim aos protagonistas, cada qual perverso a sua maneira.
São 5 contos, cada um sobre 5 pessoas que no início do filme visitam um lugar que parecia ser uma espécie de museu-catacumba, até os cinco entrarem inadvertidamente em um câmara guardada por um homem encapuzado (uma espécie de guardião da câmara tal e qual nos quadrinhos), que lhes mostra em suas mentes situações pavorosas ocasionadas por suas personalidades maléficas.
Os dois contos mais fracos para mim são o primeiro, e outro na qual um dos personagens é interpretado pelo lendário Peter Cushing. As outras narrativas são boas, em particular adorei o conto sobre os desejos.
Fica aqui a dica para quem gosta de pequenas porções de horror, diluídas em estórias simples, mas interessantes.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Drácula (1931)



Na minha óptica certos filmes jamais irão perder o brilho, não importa quanto tempo passe, uma narrativa agradável e figuras carismáticas nos papéis são pontos importantes a serem levados em conta.
Este filme que vos falo, é um dos maiores clássicos do cinema. Como não poderia faltar num filme que traz o imortal personagem criado por Bram Stoker, a atmosfera e o ar sombrio e gótico estão aqui.
Muito do mérito desta obra vai para o húngaro Bela Lugosi, que simplesmente ‘encarnou’ o vampiro e registrou seu nome eternamente como um dos grandes intérpretes de criaturas malignas do cinema.
Tiro inclusive uma conclusão própria, o fato de o filme ser de 1931 faz com que ele estivesse próximo ainda do cinema mudo, deste modo é nítido como o gestual físico adquire um alto grau de importância.
São poucos os momentos de trilha sonora do filme, e eles são usados justamente nos momentos mais tensos.
Lugosi com suas caras e bocas, foi perfeito para o papel, e como eu havia citado antes, é muito carismático, sua atuação tem todo um charme envolto de mistério, típico de Drácula.
Se você quiser ação, e sangue esqueça! Sim, mesmo sendo um filme de vampiro aqui a dosagem é outra, sangue praticamente não há. Estamos falando de um filme na qual as interpretações remetem aos teatros, mas isso de modo algum desvalida o filme, muito pelo contrário, acho que o torna interessante frente ao nosso olhar atual.
Não é um filme apavorante, de modo algum, mas é acima de tudo esteticamente belo, pra quem se interessa por cinema numa visão bem artística e típica da época vale a dica.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sexta-Feira-13 Parte 5 – Um Novo Começo (1985)



Alguns filmes metem medo, outros dão sustos, alguns prendem o espectador, e há aqueles casos em que mesmo quando não faz nada do que foi dito pelo menos diverte.
Infelizmente este quinto capítulo da série Sexta-Feira-13 não faz nada disso, ou melhor, faz algo sim; dá sono, irrita, incomoda, e o pior de tudo é constrangedor.
A série Sexta-Feira-13 está longe de ter os melhores filmes do mundo, mas pelo menos até o quarto filme manteve o que podemos chamar de ‘respeito’ para com quem assiste. Tudo bem Jason foi morto (tanto é que o anterior à este se chamava ‘O Capítulo Final’). Podiam ter deixado ele morto, enterradinho, com um legado bonitinho como bons slashers feitos até então. Mas, acontece que alguém teve a péssima idéia de reavivar a série, e ainda se o fizesse de forma no mínimo decente, nem isso se deram ao trabalho.
Vou colocar alguns Spoilers (pra quem não sabe Spoiler significa ‘contar o filme’ portanto se você não viu e ainda pretende ver cuidado, embora em se tratando deste filme...).
Sexta-Feira-13 parte 5, diferente dos anteriores (sem contar o primeiro no qual quem cometia os assassinatos era a mãe de Jason), aqui não é Jason quem é o assassino; isso mesmo leitor ou leitora não é o velho Jason Voorhees.
Aqui temos o traumatizado Tommy Jarvis, que após ter passado maus bocados com o legítimo Jason no filme anterior, vai para uma espécie de abrigo onde há outra galera problemática.
No meio de tudo isso, irá se desenrolar uma história tão ridícula, que é digna de enredo de teatro de terror infantil. Neste filme há simplesmente um bando de gente, sim nada mais nada menos do que um bando de gente esperando ser morta (por um assassino que no final do filme descobre-se que não é o dito cujo), um amontoado de pessoas sem o mínimo carisma, um aglomerado de personagens caricatos e ridículos sem um pingo de desenvolvimento, e de novo... constrangedores!
Há inclusive perto desse abrigo, uma mãe maluca e um filho mais retardado ainda que só sabe andar de moto e gritar feito um idiota, essa dupla numa tentativa clara (e fracassada) de querer dar ‘humor’ ao filme, pelo contrário, de novo o resultado... é constrangedor!
Pra não dizerem que não há um ponto forte no filme, a única coisa que presta neste filme é uma morena peituda, e só!
O roteiro é bobo, os motivos do verdadeiro assassino são forçados, mal trabalhados, mal explorados. Enfim, Sexta-Feira-13 parte 5 faz você perder preciosos momentos da sua vida, recomendo jogar baralho, ajudar uma velha atravessar a rua, comprar pão, ou ver outro filme de terror, ou mesmo outro da série, pois este aqui pra mim é o pior da mesma, é fraco, é ridículo, é... constrangedor!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Drácula - O Perfil do Diabo (1968)



Mesmo que não goste, Christopher Lee está eternizado como o Conde Drácula, afinal mesmo sendo um ator excepcional para os diversos papéis que fez no cinema (sim o homem trabalhou muuuito), na carne do famoso vampiro de Bram Stoker ele marcou gerações.
Mais uma produção da famosa Hammer que nos anos 50 e 60 dominou a ‘parada’ no quesito terror. E tenho que admitir que eu gosto muito das produções da época, mesmo com recursos limitados conseguiam explorar as temáticas com muito bom gosto, principalmente no cenários adequadamente ambientados e de estética sensacional.
É uma fase boa ainda do Drácula, quando resolveram levá-lo para os tempos modernos em Drácula no País da Mini-saia e Os Ritos Satânico de Drácula, confesso que não me agradou muito, pareciam mais filmes de espionagem (este ultimo principalmente) do que terror.
Neste aqui depois de eliminado o vampiro (hehe) um ano antes, tudo parecia voltar ao normal, mas a mesmo a sombra do castelo que recai sobre a igreja já deixa o padre da região preocupado (belo simbolismo hein!). O padre tenta ir ao castelo junto com um Monsenhor, porém o padre fica tão apavorado que acaba por se ferir e não é que o sangue para justamente nos lábios do Drácula que deste modo ressuscita (podiam ter pensado num modo menos forçado de fazê-lo retornar, ai está um ponto fraco, parece que pensaram nisso às pressas). Acaba que o padre se torna um servo do Conde, bom fora esse ponto dramático (sim, pois é um servo do Senhor servindo um vampiro!).
Paralelamente a tudo isso também é contado a história de um jovem fanfarrão (Paul) que quer ganhar a mão de uma linda jovem (Maria) interpretada bela (muito bela) Verônica Carlson, mas infelizmente o jovem é “sincero” demais para o novo sogro que logo de cara o “santo não bate”, ainda mais depois de dizer para o mesmo (que é padre) que não tem fé nenhuma em Deus.
Feita a confusão ele sai da casa da moça arrasado, e vai buscar um afago de Zena, uma estalajadeira que (pulando algumas casas para não deixar vosso leitor cansado), acaba por se tornar serva de Drácula (sim ele é muito rápido) que como não é bobo nem nada quer tomar para si a bela e doce Maria, a pretendente do nosso fanfarrão Paul.
E o que é necessário para combater um vampiro? (sim muitas coisas), mas uma delas é fé, já é possível imaginar o nosso herói tentando aniquilar o vampiro, mas graças à ajuda do bom padre (sogro) e do outro padre que era servo de Drácula, mas mudou de idéia (!) ele pode ter boas chances de vencer o demônio.
Enfim... um enredo simples, somado à um filme esteticamente bonito, à uma mocinha linda, e ao nosso grande Christopher Lee com a sua presença que por si só vale conferir.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

POPCORN- O PESADELO ESTÁ DE VOLTA (1991)




Eis aqui como fazer um bom filme de terror homenageando o próprio gênero. Calma eu explico.
Um grupo de jovens resolve promover um festival de filmes de terror num velho cinema, com direito a tudo que você possa imaginar, desde choques elétricos nas cadeiras dos espectadores até mosquitos gigantes voando sobre as cabeças da platéia durante a exibição, obviamente tais artifícios cênicos usados de acordo com o filme sendo passado.
Contudo o que eles não sabiam que é uma tal lenda de que naquele mesmo lugar haveria uma espécie de “fantasma” de Lanyard Gates um doido que no passado em uma de suas sessões de cinema teria matado a família frente em frente à todos. Contudo percebe-se que há realmente alguém cometendo crimes no desenrolar das sessões, mas será o tal Gates?
Popcorn é muito divertido de se assistir, durante o filme são exibidos 3 filmes (feitos apenas para este aqui) para “homenagear” as pérolas do cinema, como falei antes desde filmes com mosquitos gigantes até aqueles típicos de assassinos que resistem a morte na cadeira elétrica, tudo feito do modo mais debochado e ridículo possível levando a platéia ao delírio.
Enfim, filme legal, divertido... um filme de muitos anos atrás para adolescentes, mas diferente dos filmes de adolescentes atuais, é uma película boa e não irritante e estúpida.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Contatos de 4° Grau



Este aqui é da geração “acredite se quiser”, ou seja, mais um daqueles filmes que pretende jogar para o espectador a escolha se as cenas mostradas são reais ou não, no melhor estilo (Atividade Paranormal). Diferente do citado, Contados de 4° Grau intercala momentos com cenas do filme mesmo no modo tradicional, e outras com cenas que seriam reais. E aqui a temática é extraterrestre e não fantasmas.
O filme já começa “advertindo”, com a atriz Milla Jojovich no inicio se apresentando e já ‘preparando’ o espectador, dizendo que cabe a ele acreditar ou não.
Sinceramente não vejo necessidade disto, não cabe a mim chegar à conclusão se são fatos reais ou não, mas soa muito “búúúúúú...”. Bom, deixa pra lá, hoje como por vezes é difícil colocar medo no publico com algo mais intrigante, deste modo quase imploram para o público acreditar, acho que isso pode ser feito só que de maneiras um pouquinho menos apelativas.
Bom o filme em si não é ruim não, tem bons momentos desde o envolvimento da psicóloga cujos pacientes relatam não conseguirem dormir de noite por conta de uma coruja, que no fim das contas não é beeem uma coruja he, he.
A aposta deste filme é justamente criar a dúvida em quem assiste, principalmente nos diversos momentos em que a tela fica dividida, e de um lado aparecem as supostas imagens reais (desde processos de hipnose para regredir e reviver os traumas ocorridos, e também imagens de espécies de possessão alienígena sobre as vitimas) e na outra tela ao lado as atuações dos atores simultaneamente interpretando as cenas correspondentes.
Fora um susto, Contatos de 4° Grau não me impressionou muito, mas no fim das contas o saldo ainda é positivo mas não muito além disso, pois se formos tomar apenas o roteiro não há nada de tão sensacional aqui. Foi o que disse antes, o filme vai tentar te ‘ganhar’ por meio da dúvida, se você acreditar seguramente irá desfrutá-lo muito mais do que alguém que simplesmente já entrar com um pé atrás, pois daí de fato não haverá muita sustentação por parte do próprio filme visto que o mesmo está praticamente calcado na dúvida do espectador.
Cabe a você acreditar em mim ou não srsr...

sábado, 4 de setembro de 2010

HALLOWEEN - A Noite do Terror (1978)



- HÁ MUITOS ANOS ELE MUDOU A FACE DO TERROR!

Clássico, adorado e reverenciado no mundo todo. Seguramente um dos mais importantes filmes de terror já feitos.
A fórmula desta película é utilizada até os dias atuais, ou seja, o maníaco mascarado matando jovens.
Mas diferente de boa parte dos seus sucessores quando tais recursos são utilizados de modo banal, e sem o mínimo pudor, aqui é diferente. Não é um filme sangrento, de modo algum, aqui o suspense reina de modo soberbo, basta apenas relaxar e entrar no clima da pequena Haddonfield.
Quando criança Michael Myers matou sua própria irmã, e depois de 15 anos foge de uma instituição psiquiátrica e retorna a cidade para o que seria uma noite de terror.
Halloween é para mim a obra-prima do grande John Carpenter, o elenco conta com Jamie Lee Curtis e Donald Pleasence em atuações memoráveis, este último como psiquiatra de Myers, na qual chega à conclusão de que não se trata de um paciente comum...
Poucas vezes a trilha sonora de um filme se encaixou tão bem quanto neste, é um trabalho maravilhoso e acima de tudo marcante.
A estética de Halloween já foi diversas vezes imitada, mas jamais igualada. Myers é “algo” que espreita pela escuridão e não se sabe ao certo o que ele pode fazer. Mas a descrição de Dr Loomis já basta, ao qualificá-lo como sendo a maldade em pessoa.
Halloween foi um dos filmes independentes mais lucrativos da história do cinema, e não é para menos, pois é respeitado e tido como referência até os dias atuais.
Pena que hoje pouco se vê em qualidade e desenvolvimento e apenas o crescimento de matanças e aloprações.
Halloween foi selecionado pela Biblioteca do Congresso para preservação no Registro Nacional de Filme dos Estados Unidos como sendo “culturalmente, historicamente e esteticamente significante!”
E MERECE!! CLÁSSICO IMORTAL!